Os preços das commodities estão subindo no Brasil. As matérias-primas avançaram 11,8% na moeda brasileira entre outubro e novembro do ano passado. Nas commodities agrícolas, a alta chegou a 22,8%. Este aumento em reais está causando um fenômeno curioso, pois, até o final de 2009, o impacto do aumento do preço das matérias-primas e alimentos não chegava ao mercado, compensado pela valorização do real. O Banco Central mostra-se preocupado já que o aumento das commodities é um fator que pode resultar em aumento da inflação no médio prazo. Neste cenário, os preços dos alimentos poderão se constituir num dos fatores que impulsionará o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Por enquanto, o IPCA continua dentro da meta de 4,5% prevista pelo BC para este ano.
Também no exterior as commodities estão em alta, devido a vários fatores como a desvalorização do dólar; a busca dos investidores por ativos mais rentáveis e a demanda maior de matérias-primas por parte da China. Algumas empresas produtoras, como a Petrobrás e Vale do Rio Doce, irão se beneficiar com o aumento das commodities. Alguns especialistas, no entanto, acreditam que essa alta é enganosa, pois está atrelada a fatores como o excesso de liquidez no mundo, provocado por taxas de juros baixas, e pacotes de ajuda aos países mais afetados pela crise econômica de 2008/2009.
No Brasil, o consumidor agora sente os efeitos de viver num país com moeda forte, o que acaba tornando os preços de produtos e serviços daqui tão ou mais caros que no exterior. Um sanduiche da rede McDonald’s custa US$ 4,02 no Brasil, contra os U$ 3,57 cobrados nos EUA. Estudos da Euromonitor, por sua vez, mostram que o quilo do iogurte no Brasil é de US$ 2,90, o mesmo que na França. Já a comida de bebê, aqui no país, fica em US$ 4,40, contra US$ 3,30 nos EUA e US$ 3,80 na França.