Autor: Gilverto Pignocchi
Nagato & Pignocchi Consultores Associados
Ao analisar-se o comportamento do mercado global de chocolates, balas e confeitos, verifica-se que, nos últimos anos, enquanto o setor de chocolate crescia a uma média de 1% ao ano, o setor de balas e confeitos decrescia a uma média igual a 1%.
Com o advento da crise financeira 2008/2009, todos os setores econômicos foram afetados de uma forma ou de outra. De acordo com especialistas europeus, porém, os nossos setores não sofreram como os demais, por algumas razões conhecidas e outras a descobrir. Entre as razões conhecidas, podemos citar que os mercados mais consumidores de chocolate (Estados Unidos, União Europeia, Austrália e Nova Zelândia) continuaram a consumir esses produtos, porém, em sua versão mais barata, fabricados com gorduras vegetais (exceto a manteiga de cacau), e com baixos percentuais de cacau. Em contrapartida, os grandes países consumidores de balas e confeitos (China, Países Árabes e Ásia em geral) também conseguiram driblar a crise, voltando suas preferências para balas e pirulitos, produtos decididamente mais baratos do segmento.
Em termos de tendências de consumo, portanto, embora não tenhamos os dados finais de 2009 para comprovar, tudo indica que em chocolate houve crescimento de 2%, enquanto o consumo de balas e confeitos continua estável, sempre de acordo com os especialistas europeus.
Se olharmos pelo lado de valores, também parece que ambos os setores conseguiram manter a lucratividade – apesar da alta do açúcar – com reajustes de preços, lançamentos de produtos e melhoria da distribuição.
É importante salientar que, de acordo com os dados do Euromonitor, o segmento de confectionery (chocolates, balas e confeitos) representava, em 2008, 37% do setor alimentício mundial, primeiro lugar que ocupa seguramente até hoje.
Sem dúvida alguma, os empresários do setor de confectionery demonstraram serem muito ágeis na resposta aos problemas mercadológicos, inesperados ou não, possivelmente escudados em seus Planejamentos Estratégicos, armas modernas e decisivas na sustentação empresarial, principalmente em tempos de crise.