Abicab reunida com a área de Comércio Exterior da Fiesp: setor industrial analisa as barreiras de exportação para a Argentina |
Em nota oficial, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) manifestou-se contra a utilização de medidas protecionistas arbitrárias e defende o comércio justo e leal. Segundo Paulo Skaf, presidente da entidade, "Argentina e Brasil são parceiros estratégicos no continente sul-americano e, portanto, suas relações comerciais devem respeitar um clima bilateral harmônico. Esperamos que não se concretize essa intenção do governo argentino que, até o momento, embora ainda não oficializada, já está causando prejuízos.
A Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) e a Fiesp já transmitiram ao governo brasileiro sua preocupação e a intenção de se mobilizarem contra a medida, pois entre os produtos mais afetados pela proibição estão o cacau e o chocolate, além de café, chá e preparações alimentícias diversas, entre outros. O Brasil fornece 82% do cacau e 74% do café e do chá importados pelos argentinos.
No primeiro trimestre de 2010, a Argentina importou US$ 81 milhões em alimentos processados brasileiros, quase a metade do total adquirido no mundo; em contrapartida, vendeu US$ 190 milhões para o Brasil. A importação de produtos alimentícios de todo o mundo representa apenas 1,6% do total das importações da Argentina. No entanto, 45% deles são provenientes do Brasil.
O Ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse que, se a restrição for efetivada, caberá discussão em fórum do Mercosul. Por sua vez, o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, declarou que o Brasil poderá retaliar com restrições semelhantes caso a medida venha realmente a ser adotada pelo governo argentino.