Carga tributária é o maior entrave para o crescimento das indústrias paulistas

Estudo da Fiesp, a ser entregue ao próximo presidente da República, aponta barreiras que inibem o desenvolvimento industrial do Estado
Paulo Skaf durante coletiva a imprensa sobre a questão da carga tributária
Paulo Skaf durante coletiva a imprensa sobre a questão da carga tributária
A tributação cobrada pelo governo é o maior obstáculo ao crescimento da indústria paulista. Esse resultado foi apontado por pesquisa feita pelo Ibope, a pedido da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - Fiesp, com 1.000 indústrias do Estado, para traçar temas que serão entregues ao próximo presidente da República.

O estudo mostrou que a tributação lidera o ranking dos gargalos que freiam o crescimento da indústria paulista, com 65%; seguido por juros e crédito, com 11%; e o custo de mão de obra, em especial com os encargos incidentes sobre a folha de pagamento, foram citados por 9% das empresas entrevistadas.

A pesquisa foi realizada em duas etapas: na primeira fase, os entrevistados ordenaram as barreiras para o crescimento da indústria paulista. Em seguida, os temas foram subdivididos. Dessa forma, dentre os que apontaram a tributação como principal obstáculo, 69% citaram a carga tributária como o pior entrave, seguido pela complexidade para pagamentos de impostos e a substituição tributária, com 7% dos votos.

Durante a apresentação da pesquisa à imprensa, Paulo Skaf, presidente da Fiesp, afirmou que esta resposta já era esperada. De acordo com ele, a entidade vai pedir para o presidente da República eleito este ano mais clareza na forma como esses tributos são cobrados. “Gostaríamos de ouvir do presidente eleito como vai defender a transparência na cobrança dos impostos”, disse. “Não adianta promover a reforma tributária se não atingir o interesse da população”, ressaltou Skaf. Ele adiantou que o resultado da pesquisa será entregue no dia 8 de novembro, após a definição das eleições, em evento na Fiesp.

Ao citarem que juros e crédito também funcionam como barreiras, 76% dos empresários entrevistados mencionaram que o alto custo desses fatores são graves problemas, seguidos por políticas de acesso ao crédito para investimento, capital de giro e exportação, com 24%. Já no quesito mão de obra, terceiro lugar no ranking de gargalos, as indústrias manifestaram, com 49%, que a tributação sobre a folha de pagamento é o maior empecilho para o crescimento industrial. De acordo com a pesquisa, este fator é mais sentido pelas médias e grandes empresas, com 53% e 52%, respectivamente. Para as pequenas, esse obstáculo é sentido em 37% delas. A atual legislação trabalhista ficou em segundo lugar, com 24%, seguida pela qualificação técnica, com 21%.

Sobre câmbio e comércio exterior, que no geral foi o quarto maior obstáculo mencionado, as principais barreiras apontadas pelas indústrias paulistas foram volatilidade do câmbio, citada por 21% das empresas; a complexidade das normas e regras aduaneiras e a atual taxa de câmbio, com 20%.
A íntegra da pesquisa pode ser baixada pelo link:
http://www.fiesp.com.br/agencianoticias/2010/05/24/apres_ibope_barreiras_crescimento.pdf