Entidade classifica como danosa a medida do Banco Central, que vem agravar o déficit das contas públicas
Na primeira reunião de 2011 sob o comando do novo presidente, Alexandre Tombini, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu aumentar a taxa básica de juros (Selic) de 10,75% para 11,25% ao ano, com o objetivo de desacelerar o consumo e segurar a inflação.
Em nota oficial, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) consideraram um erro a decisão do Banco Central em elevar a taxa básica de juros (Selic) para 11,25% ao ano. A Fiesp alertou que cada meio ponto percentual a mais na taxa Selic representa despesa pública anual adicional de R$ 9 bilhões.
Segundo Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Ciesp, com o aumento da Selic, o governo federal vai gastar, em 2011, a soma de R$ 200 bilhões em pagamento de juros, enquanto para a Saúde haverá apenas R$ 72 bilhões e para a Educação, R$ 60 bilhões.
“Com esse dinheiro, poderíamos viabilizar a construção de mais 390 mil casas do Programa Minha Casa Minha Vida, ou custear 2/3 do Programa Bolsa Família durante o ano inteiro de 2011. Também daria para o Sistema de Saúde realizar 14 mil internações adicionais”, afirmou Skaf.
Para a Fiesp, se forem considerados os itens que afetaram a taxa de inflação – alimentação, despesas pessoais e serviços –, sua relação com a taxa Selic mostra-se quase nula. Por isso, a taxa de juros afetará todos os setores e não apenas os que causaram a alta da inflação.
Para a Fiesp, se forem considerados os itens que afetaram a taxa de inflação – alimentação, despesas pessoais e serviços –, sua relação com a taxa Selic mostra-se quase nula. Por isso, a taxa de juros afetará todos os setores e não apenas os que causaram a alta da inflação.
“O Banco Central do Brasil, além de cuidar da moeda, deveria se preocupar também com o emprego e o crescimento econômico, que serão penalizados por esta decisão de aumento dos juros”, concluiu Skaf.
Outras entidades também criticaram a medida: "A decisão do Copom é precipitada e compromete a capacidade de crescimento de longo prazo da economia", afirmou o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), por sua vez, diz que o aumento da Selic estimula ainda mais a entrada de dólares no País. "A consequente valorização do real, aliada ao aumento dos custos de financiamento, impõe perdas significativas à competitividade do produto nacional", afirma a entidade, em nota.
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