Burocracia emperra as exportações brasileiras na Argentina

Demora na emissão do Certificado de Livre Circulação por parte do Instituto Nacional de Alimentos, ligado ao Ministério da Saúde da Argentina, barra a comercialização dos produtos alimentícios

Apesar dos acordos de cooperação firmados no âmbito do Mercosul, a Argentina continua causando problemas ao Brasil. A demora na emissão do certificado de livre circulação pelo Instituto Nacional de Alimentos, órgão ligado ao Ministério da Saúde da Argentina, está afetando diretamente a exportação das indústrias brasileiras.

Empresas do setor alimentício têm enfrentado obstáculos no processo de negociação. Sem o certificado, os produtos chegam à Argentina, mas param nos armazéns, sem poderem ser comercializados. Com isso, as importações ficam suspensas.

Esse boicote velado é a maneira que a Argentina está encontrando em forçar a exportação para o mercado brasileiro. Documento da Adima -  Associação das Indústrias de Alimentos de Marília revela que  “nas exportações de chocolates, os efeitos danosos foram ainda mais perversos, pois as  restrições ocorreram na época da Páscoa, período do ano mais importante para a sua comercialização ”.

Dados da ABICAB, por sua vez, mostram que entre balas e chocolates, o valor das compras canceladas ou suspensas já atingiu US$ 1.316.560,24. Para mercadorias que aguardam o certificado - balas, farinha láctea e chocolates -, o valor estimado é de US$ 1.283.675.

Em maio de 2010, a Argentina também causou problemas às exportações brasileiras quando ameaçou proibir a entrada de alimentos importados que tivessem similares produzidos localmente. O fato foi desmentido pelo ministro argentino do Interior, Florencio Randazzo, mas chegou a preocupar os exportadores brasileiros de alimentos.

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