No setor em que a guerra de preços não dá trégua, ABICAB recomenda pesquisa,
tecnologia e inovação para atingir o sucesso
Ascensão das classes C e D oferece boas perspectivas, diz o vice-presidente do setor Candies, Alexandre Heineck |
Para sobreviver e evoluir no acirrado mercado de Candies, fabricantes de gomas de mascar, balas e confeitos não podem abrir mão de investimentos em pesquisa, tecnologia e inovação. É o que afirma Alexandre Heineck, vice-presidente do setor de Candies da ABICAB. “Se a intenção for crescer, é preciso estar atento às tendências e, mais, ser capaz de surpreender um público cada vez mais acostumado com o diferente”.
Heineck lembra que as possibilidades de criação são infinitas nesse mercado de delícias. Segundo ele, candies podem ser duras, macias, mistas, recheadas, drageadas, cobertas de chocolate etc. O vice-presidente ressalta que podem ter o formato de um coração, de uma lua, de uma estrela ou de um bichinho. “Porém, tendo a tecnologia como aliada, sempre é possível conseguir inovações”, sustenta.
Exemplo de inovação, o Trident Sensations, da norte-americana Kraft Foods, traz duas camadas de goma frutada com o centro cremoso de outro sabor. Outro exemplo de produto inovador, o Halls XS (sigla em inglês para "Extra Small") vem com bolinhas refrescantes embaladas em caixa com abertura especial. Aromatizantes e ingredientes diferenciados são fundamentais para garantir o que pode ser encarado como a razão de existir desses produtos: proporcionar prazer prolongado pelo paladar. “Um estudo qualitativo desenvolvido pela ABICAB revelou que novos sabores, sobretudo de frutas, geram alta curiosidade e desejo de experimentação por parte dos consumidores, independentemente de idade”, conta Heineck.
Além disso, o executivo fala sobre saudabilidade. “A utilização de aromas e corantes naturais nos processos industriais é tendência global e, em alguns países, exigência da lei.” Heineck lembra que, segundo a Euromonitor, as variantes sem açúcar correspondem, no Brasil, ao terceiro volume em vendas do setor de gomas de mascar e são elas as impulsionadoras de todo o mercado nacional, que cresceu 11% em valor no ano passado. “O Trident é um bom exemplo: tornou-se foco dos investimentos da Kraft Foods; em 2011, a empresa chegou a alcançar uma participação de 73,5% em gomas – alta de 12,5% em relação a 2010”, enfatiza.
Para Heineck, ainda no que se refere à inovação no segmento de candies, há de se considerar a embalagem. Segundo ele, pesquisas nos pontos de venda indicam que balas e chicles são comprados, basicamente, por impulso. Por isso ele recomenda atenção. “Embalagens originais, criativas, chamativas podem ser a fronteira entre o experimentar e o passar despercebido”, salienta.
Tradicional marca da Kraft Foods, o Halls ganhou nova versão com embalagem diferente |
Nesse contexto, o vice-presidente diz que a ascensão das classes C e D oferece boas perspectivas aos empresários do setor. Segundo Heineck, interessante mencionar que tanto para Trident quanto para Halls, os jovens da classe C são prioridade. Aliás, o executivo lembra que as balas e gomas da companhia estão disponíveis em mais de 650 mil pontos de venda em todo o Brasil, de pequenos varejos até hipermercados, somando uma penetração da ordem de 75%.
Heineck observa que o mercado de candies está em franca expansão (são fabricadas 500 mil toneladas de produtos e o consumo interno cresceu 18% em 2010 em relação a 2009). Porém, segundo o executivo da ABICAB, é possível ir muito mais longe. Basta refletir em cima dos seguintes dados: o consumo per capita de gomas de mascar entre os brasileiros é de 300g; no México, o número salta para 500g e, nos Estados Unidos, atinge 800g.
(Crédito: Divulgação / Kraft Foods)
(Crédito: Divulgação / Kraft Foods)